quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

zika virus microcefalia gravida claudio renato borges

Vírus da zika: entenda transmissão, sintomas e relação com microcefalia

Vírus foi identificado pela primeira vez no Brasil em abril de 2015.
Além de microcefalia, governo estuda possível relação com Guillain-Barré.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também pode transmitir o zika vírus (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)Aedes aegypti, que transmite dengue e chikungunya, também transmite o vírus da zika (Foto: CDC-GATHANY/PHANIE/AFP)
Identificado pela primeira vez no país em abril, o vírus da zika tem provocado intensa mobilização das autoridades de saúde no país. Enquanto a doença costuma evoluir de forma benigna – com sintomas como febre, coceira e dores musculares – o que mais preocupa é a associação do vírus com outras doenças. O Ministério da Saúde já confirmou a relação do vírus da zika com a microcefalia e investiga uma possível relação com a síndrome de Guillain-Barré. Veja o que já se sabe sobre o vírus:
Como ocorre a transmissão?
Assim como os vírus da dengue e do chikungunya, o vírus da zika também é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
Quais são os sintomas?
Os principais sintomas da doença provocada pelo vírus da zika são febre intermitente, erupções na pele, coceira e dor muscular. A evolução da doença costuma ser benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente em um período de 3 até 7 dias. O quadro de zika é muito menos agressivo que o da dengue, por exemplo.
Como é o tratamento?
Não há vacina nem tratamento específico para a doença. Segundo informações do Ministério da Saúde, os casos devem ser tratados com o uso de paracetamol ou dipirona para controle da febre e da dor. Assim como na dengue, o uso de ácido acetilsalicílico (aspirina) deve ser evitado por causa do risco aumentado de hemorragias.
Qual é a relação entre o vírus da zika e a microcefalia?
A relação entre zika e microcefalia foi confirmada pela primeira vez no mundo no fim de novembro pelo Ministério da Saúde brasileiro. A investigação ocorreu depois da constatação de um número muito elevado de casos em regiões que também tinham sido acometidas por casos de zika.
É preciso admitir que estamos enfrentando algo novo, que não conhecemos bem. O que sabemos é baseado em aspectos mais gerais e apoiado em experiências de outras doenças transmitidas por mosquitos"
Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
A evidência crucial para determinar essa ligação foi um teste feito no Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde no Pará, que detectou a presença do vírus da zika em amostras de sangue coletadas de um bebê que nasceu com microcefalia no Ceará e acabou morrendo.
Como a situação é muito recente, ainda não se sabe como o vírus atua no organismo humano, quais mecanismos levam à microcefalia e qual o período de maior vulnerabilidade para a gestante. Segundo o Ministério da Saúde, as investigações sobre o tema devem continuar para esclarecer essas questões.
Quais são as recomendações para mulheres grávidas?
O Ministério da Saúde orienta algumas medidas para mulheres grávidas ou com possibilidade de engravidar tendo em vista a ocorrência de casos de microcefalia relacionados ao vírus da zika.
Uma delas é a proteção contra picadas de insetos: evitar horários e lugares com presença de mosquitos, usar roupas que protejam a maior parte do corpo, usar repelentes e permanecer em locais com barreiras para entrada de insetos como telas de proteção ou mosquiteiros.
É importante informar o médico sobre qualquer alteração em seu estado de saúde, principalmente no período até o quarto mês de gestação. Um bom acompanhamento pré-natal é essencial e também pode ajudar a diminuir o risco de microcefalia.
Há risco de microcefalia se a mulher engravidar depois de se curar da zika?
Segundo o médico Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o que se conhece sobre a relação entre o vírus da zika e a microcefalia é insuficiente para determinar se há risco de engravidar logo depois de se curar de uma infecção pelo vírus da zika.
“O que se pode dizer, baseado em contextos gerais, é que parece que a viremia do vírus da zika é curta, ou seja, a pessoa infectada fica pouco tempo com o vírus circulando na corrente sanguínea.” Caso isso seja confirmado, é possível que não haja risco de gravidez logo após o fim da infecção, porém ainda é cedo para ter certeza.
Cláudio Maierovitch e Antônio Nardi, Ministério da Saúde (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)Cláudio Maierovitch (dir.) e Antônio Nardi (esq.), do Ministério da Saúde, anunciam novos casos de microcefalia relacionados ao vírus da zika em coletiva esta semana (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Qual é a relação entre o vírus da zika e a síndrome de Guillain-Barré?
Alguns estados do Nordeste que tiveram a ocorrência do vírus da zika têm observado um aumento incomum dos casos da síndrome de Guillain-Barré, como PernambucoBahiaPiauíSergipe,Rio Grande do Norte e Maranhão.
Trata-se de uma doença rara que afeta o sistema nervoso e que pode provocar fraqueza muscular e paralisia de braços, pernas, face e musculatura respiratória. Em 85% dos casos, há recuperação total da força muscular e sensibilidade. Ela pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum entre adultos mais velhos.
O Ministério da Saúde está investigando esses casos, mas até o momento não confirma a correlação. A pasta deve divulgar as conclusões desse estudo nas próximas semanas.
Especialistas afirmam que é muito provável que exista uma conexão. “Neste momento, temos que encarar que existe um indício forte de relação entre o zika e a síndrome de Guillain-Barré, mas para ter certeza absoluta precisamos de mais elementos e avaliar com mais profundidade os pacientes que desenvolveram a síndrome”, diz o médico Marcondes Cavalcante França Junior, coordenador do Departamento Científico de Neurogenética da Academia Brasileira de Neurologia.
Zika vírus (Foto: Reprodução / TV Globo)Infecção pelo vírus da zika tem como sintoma erupções na pele e coceiras (Foto: Reprodução / TV Globo)
Há suspeita de associação do vírus da zika com outras doenças?
Até o momento, não há evidências de que o vírus da zika possa estar relacionado a outras doenças além da microcefalia e da possibilidade de conexão com a síndrome de Guillain-Barré.
O vírus da zika já provocou mortes no Brasil?
Até o momento, o Ministério da Saúde confirma três mortes relacionadas ao vírus da zika. Um dos casos é o do bebê do Ceará que nasceu com microcefalia, cujas amostras de sangue serviram como evidência da relação entre o vírus da zika e a microcefalia. Outro caso é de um homem do Maranhão que também tinha lúpus. Houve ainda o caso de uma menina de 16 anos no Pará.
Como é feito o diagnóstico da zika?
Ainda não há um teste padrão para diagnosticar a doença. “Como o zika é novo, não temos uma padronização nos testes. Para se ter certeza do diagnóstico, é preciso usar a técnica de PCR, que é complexa e não está disponível no mercado”, diz Rodrigo Stabeli, vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
No Brasil, somente três unidades da Fiocruz, além do Instituto Evandro Chagas, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, têm a capacidade de fazer esse exame. “Esses laboratórios têm a missão de desenvolver um método melhor de diagnóstico para suprir esse problema epidemiológico”, diz Stabeli.
Enquanto não existe um teste padrão, o diagnóstico nas regiões em que já se constatou a presença do vírus vem sendo feito por critérios clínicos.
Quais são as medidas de prevenção conhecidas?
Como o vírus da zika é transmitido pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito que transmite a dengue e o chikungunya, a prevenção segue as mesmas regras aplicadas a essas doenças. Evitar a água parada, que os mosquitos usam para se reproduzir, é a principal medida.
Em casa, é preciso eliminar a água parada em vasos, garrafas, pneus e outros objetos que possam acumular líquido. Colocar telas de proteção nas janelas e instalar mosquiteiros na cama também são medidas preventivas. Vale também usar repelentes e escolher roupas que diminuam a exposição da pele. Em caso da detecção de focos de mosquito que o morador não possa eliminar, é importante acionar a Secretaria Municipal de Saúde do município.
Por enquanto, não existe vacina capaz de prevenir a infecção pelo vírus da zika.
Mosquitos Aedes aegypti, transmissor da dengue. doença, vetor, inseto, transmissores, contágio. -HN- (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo)Mosquito Aedes aegypti deve ser controlado como prevençao do zika (Foto: Fabio Motta/Estadão Conteúdo)
Qual é a diferença entre dengue, chikungunya e zika?
Os vírus da dengue, chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, e levam a sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Zika e dengue são do gênero Flavivirus, já o chikunguna é do gênero Alphavirus. 
As doenças têm gravidades diferentes. A dengue, que pode ser provocada por quatro sorotipos diferentes do vírus, é caracterizada por febre repentina, dores musculares, falta de ar e moleza. A forma mais grave da doença é caracterizada por hemorragias e pode levar à morte.
O chikungunya caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores articulares podem permanecer por meses e até anos. Complicações sérias e morte são muito raras.
Já a febre pelo vírus da zika leva a sintomas que se limitam a no máximo 7 dias. Apesar de os sintomas serem mais leves do que os de dengue e chikungunya, a relação do vírus com a microcefalia e a possível ligação com a síndrome de Guillain-Barré tem trazido preocupação.
O Aedes aegypti pode transmitir mais de uma doença ao mesmo tempo?
Segundo estudos conduzidos pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é possível que um mosquito transmita dengue e chikungunya ao mesmo tempo a um paciente. Ainda não há estudos, porém, que avaliem a possibilidade de o vírus da zika ser transmitido simultaneamente aos outros dois vírus
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está monitorando a situação do vírus da zika?
Sim. A Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde emitiram umalerta mundial sobre a epidemia do vírus da zika. Segundo a OMS, somente neste ano foram confirmados casos de zika em nove países das Américas. Brasil, Chile - na ilha de Páscoa -, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Paraguai, Suriname e Venezuela.
Quando a zika foi identificado pela primeira vez?
O vírus foi identificado pela primeira vez em 1947 em um macaco rhesus na floresta Zika, da Uganda. No Brasil, ele foi identificado pela primeira vez em abril de 2015.
O médico Jean Gorinchteyn, infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, comenta sobre o vírus da zika e sua relaçãoc om a microcefalia no vídeo:

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

claudio renato borges zika virus gravidas microcefalia

Vacina contra vírus da zika se mostra promissora em ratos, diz laboratório

Empresa diz que testes em humanos devem começar ainda em 2016.
Ao menos 15 empresas estão trabalhando em vacinas contra zika.

Da Reuters
 Pesquisador trabalha nos resultados de teste para impedir disseminação do vírus da zika, em laboratório da Cidade do Panamá (Foto: Reuters/Carlos Jasso)Pesquisador trabalha nos resultados de teste para impedir disseminação do vírus da zika, em laboratório da Cidade do Panamá (Foto: Reuters/Carlos Jasso)
As esperanças de se desenvolver uma vacina contra o vírus da zika deram um passo adiante nesta quarta-feira (17), quando a empresa farmacêutica Inovio Pharmaceuticals disse que uma dose experimental induziu uma reação robusta e duradoura em ratos.
Atualmente, pelo menos 15 empresas e grupos acadêmicos estão empenhados na criação de vacinas contra o zika, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em função do temor crescente do público diante do vírus, que se propaga pelas Américas.
A zika, cujos sintomas incluem febre baixa e irritação cutânea, vem sendo ligado a casos de microcefalia – uma má-formação cerebral - em recém-nascidos no Brasil, embora a conexão ainda não tenha sido provada.
Não existe tratamento nem vacina comprovados contra a doença, uma prima próxima dos vírus que causam dengue, chikungunya e febre do Oeste do Nilo.
A Inovio disse em um comunicado que os ratos que receberam sua vacina desenvolveram anticorpos e mostraram reação das células-T, que desempenham um papel importante na imunização do corpo.
"A seguir, iremos testar a vacina em primatas não-humanos e iniciar a fabricação do produto clínico. Planejamos iniciar a Fase I dos testes em humanos de nossa vacina contra o zika antes do final de 2016", afirmou o executivo-chefe da Inovio, Joseph Kim.
A Fase I é o primeiro estágio de um processo de três etapas de testes de novos medicamentos e envolve o uso de um produto experimental em voluntários saudáveis.
A vacina de DNA da Inovio está sendo desenvolvida com a empresa sul-coreana GeneOne Life Sciences e com colaboradores acadêmicos. Um colaborador canadense disse à Reuters no mês passado que o teste da vacina em humanos pode começar já em agosto.
Outros projetos de vacina
Entre outras organizações com projetos de vacina contra o vírus da zika relativamente avançados está a indiana Bharat Biotech, que informou no início de fevereiro que sua vacina experimental está prestes a ser aplicada em testes pré-clínicos com animais.
Os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos também estão trabalhando em outra vacina de DNA, e a farmacêutica francesa Sanofi, que fabrica a primeira vacina contra dengue do mundo, anunciou em 2 de fevereiro que está lançando um projeto de vacina do zika.
Apesar do programa de trabalho acelerado, entretanto, a OMS estima que serão necessários pelo menos 18 meses para que qualquer vacina contra o zika esteja pronta para ser utilizada em testes clínicos de larga escala.
36
 
COMENTÁRIOS
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.
RECENTES
POPULARES
  • Fim Tempos
    HÁ 5 HORAS
    Vamos ver quem serão os loucos que aceitarão testar uma vacina feita as pressas.
    • Pedro Silva
      HÁ 3 HORAS
      Fim Tempos, caso a vacina seja eficaz voce vai permitir que aplique ela em voce?
      • Fim Tempos
        HÁ UMA HORA
        Depois que for testada em humanos e comprovada sua eficacia,permito sim.Agora ser cobaia de vacina e depois descobrir que há efeitos colaterais,não sou louco.
      • Luciano
        HÁ UMA HORA
        Se as pessoas ficarem sem tomar essa vacina não haverá mais microcefalia uma porque essa vacina não imuniza nada e outra porque não é o zika que causa microcefalia mas outro motivo. Querem uma prova que derruba qualquer cientista da fiocruz ou doutorzinho da USP? Por que só depois de 50 anos de descoberta do vírus ele vem causando microcefalia e só no Brasil?
        • Luciano
          HÁ UMA HORA
          A única lógica para esse pergunta é de duas, uma! O vírus teve uma mutação que causa microcefalia e então terão que provar isso, mas não conseguirão porque é uma falácia. Segunda que estão afirmando é a falta de estatística que beira o absurdo. Então a população era cega também, os médicos obstetras e pediatras também??? Ninguém via tantos casos de microcefalia.