sábado, 16 de janeiro de 2016

operacao lava jato

EUA e UE revogam sanções após Irã cumprir acordo nuclear

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Os EUA e a União Europeia anunciaram neste sábado (16) a revogação de sanções econômicas em vigor há anos contra o Irã, abrindo caminho para o país persa se integrar à economia mundial.
A decisão foi tomada como consequência de acordo nuclear fechado no ano passado, e após a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), braço da ONU, certificar que o país persa cumpriu as obrigações a que se comprometeu.
Leonhard Foeger/Reuters
Chanceler do Irã, Javad Zarif, e a chefe de Política Externa da UE, Federica Mogherini, durante coletiva
Chanceler do Irã, Javad Zarif, e a chefe de Política Externa da UE, Federica Mogherini, durante coletiva
O anúncio ocorreu horas depois de o Irã ter libertado quatro americanos, incluindo o repórter do "The Washington Post" Jason Rezaian, em troca de sete iranianos presos ou indiciados nos EUA.
O estudante americano Matthew Trevithick também foi solto, mas sem relação com o acordo, segundo os EUA.
"As sanções econômicas e financeiras multinacionais estão revogadas", anunciou a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, durante entrevista em Viena com o chanceler iraniano, Mohammad Jawad Zarif.
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que liderou as negociações nos últimos anos com Zarif, afirmou: "Hoje marca o momento em que o acordo nuclear passa de uma promessa ambiciosa para uma ação direta.
Com a revogação das sanções, o Irã voltará a ter acesso a US$ 100 bilhões de bens congelados. A medida também permitirá ao país se beneficiar de novas oportunidades comerciais, financeiras e no setor do petróleo.
Para o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, a certificação dada pela agência a Teerã significa que "as relações entre o Irã e a AIEA entram em uma nova fase".
Sob o acordo de 14 de julho, o Irã concordou em desmantelar programas que poderiam ser usados para fabricar armas atômicas em troca do fim das sanções. O pacto coloca várias atividades da nação sob supervisão da AIEA por 15 anos, com a opção de que punições sejam reimpostas se o Irã descumprir os compromissos.
TROCA DE PRESOS
O fim das sanções e a troca de presos fazem parte de um movimento cujo objetivo é aos poucos eliminar o isolamento internacional iraniano.
Desde a Revolução Iraniana, em 1979, o país é alvo de sanções dos EUA. Elas foram se acumulando ao longo das décadas em resposta ao programa nuclear do país. As sanções levantadas neste sábado, porém, se restringem ao programa atômico iraniano.
Efe
O jornalista Jason Rezaian e sua mulher, a também jornalista Yeganeh Salehi
O jornalista Jason Rezaian e sua mulher, a também jornalista Yeganeh Salehi
Os presos libertados pelo Irã -além de Rezaian, o ex-fuzileiro naval Amir Hekmati, o pastor Saeed Abedini e Nosratollah Khosravi-Roodsari, cujo nome não havia sido divulgado previamente- voariam para a Suíça antes de serem transportados para um hospital americano em Landstuhl, na Alemanha, para tratamento médico.
Em troca, os EUA anunciam a libertação de sete iranianos -seis dos quais têm dupla cidadania- acusados de violar as sanções americanas contra o Irã. Não está claro se deixarão os EUA.
Além disso, os EUA suspenderão junto à Interpol mandados para a extradição de outros 14 iranianos supostamente envolvidos com tráfico de armas.
Rezaian, 39, nasceu na Califórnia. Ele era chefe da sucursal do "Washington Post" em Teerã quando foi preso em julho de 2014, juntamente com sua mulher, Yeganeh Salehi, que foi solta dias depois.
O jornalista foi acusado de espionar o programa nuclear iraniano e de reunir informações sobre violações das sanções internacionais contra o Irã. Ele foi condenado em outubro em um julgamento secreto.
Parentes dizem que sua saúde é frágil e que ele precisa de remédios. Rezaian, que é o jornalista ocidental que passou mais tempo preso no Irã, tem hipertensão, dores lombares e depressão.
"Estamos eufóricos com a informação de que Jason foi libertado e saiu do Irã", disse o publisher do Washington Post, Frederick J. Ryan Jr.
A troca de prisioneiros inclui Saeed Abedini, pastor cristão do Estado de Idaho que foi sentenciado a oito anos em 2013 por ameaça à segurança nacional, e Amir Hekmati, ex-marine de Michigan preso em 2011 enquanto visitava sua avó na capital, sob acusação de trabalhar para a CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA).
O quarto prisioneiro libertado é Nosratollah Khosrawi, também de nacionalidade iraniana-americana.

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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

creed

Motivos para ver: 4 grandes filmes estreiam no Brasil e podem ir ao Oscar
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Roberto Sadovski
Colaboração para o UOL, em São Paulo
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Creed: Nascido Para Lutar (2016)6 fotos

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Michael B. Jordan protagoniza "Creed: Nascido Para Lutar", filme dirigido por Ryan Coogler. Divulgação
Quatro grandes filmes chegam na próxima quinta-feira (14) aos cinemas brasileiros: "A Grande Aposta", "Carol", "Creed - Nascido para Lutar" e "Steve Jobs", que estrearam em 2015 lá fora e foram bem recebidos, tanto pelo público quanto pela crítica.
As quatro produções foram indicadas ao Globo de Ouro 2016, que aconteceu no domingo, mas só dois levaram troféus para casa: "Creed", por melhor ator coadjuvante (Sylvester Stallone); e "Steve Jobs", por melhor atriz coadjuvante (Kate Winslet) e melhor roteiro. Agora, todos eles voltam a ter grandes chances de aparecerem nas indicações ao Oscar 2016 --o anúncio será feito pela Academia na manhã da próxima quinta-feira.
Para antecipar o anúncio do Oscar, Roberto Sadovski lista os motivos para correr atrás de um ingresso:
Divulgação
Christian Bale em cena do filme "A Grande Aposta"
"A GRANDE APOSTA" (Direção: Adam McKay)
O diretor de "O Âncora" mudou seu tom farsesco ao contar um pouco dos bastidores da crise econômica que assolou o mundo por volta de 2007 (a nossa "marolinha"). Cercado de um elenco de gigantes (Christian Bale, Ryan Goisling, Brad Pitt, Steve Carrell), McKay conta como poucos investidores, os "grandes pequenos" do título original, anteviram a crise e, com ela, lucraram bilhões.
Embora seja farto no "economês", o texto flui graças a explicações que quebram a quarta parede (Margot Robbie numa banheira falando com a plateia é a melhor) e a uma edição tão ágil e certeira que surge quase como mais um personagem. Mas o assunto não é, nem de longe, engraçado, e McKay mostra, com todas as letras, que não aprendemos com os erros ("marolinha", é bem isso). No fim, "A Grande Aposta" é espetacular, mas é difícil não sair da sessão nauseado.
Divulgação
A atriz Cate Blanchett em cena do filme "Carol"
"CAROL" (Direção: Todd Haynes)
O livro de Patricia Highsmith, que aborda o romance lésbico entre uma dona de casa cheia da grana e uma garota descobrindo sua própria sexualidade, é adaptado com delicadeza e elegância pelo mesmo diretor de "Longe do Paraíso". Claro, "romance lésbico" é um modo fácil de se referir a uma história com tantas naunces, lágrimas, dor, descobertas, paixão e amor.
Some a isso performances de cair o queixo de Cate Blanchett (intensa como sempre; genial como nunca) e Rooney Mara (mais uma vez, uma revelação), e o resultado é um dos filmes mais belos do ano. E também um dos mais tristes.
Divulgação/Warner Bros.
Sylvester Stallone e Michael B. Jordan em cena de "Creed"
"CREED: NASCIDO PARA LUTAR" (Direção: Ryan Coogler)
Esta continuação da série "Rocky" promove um dos momentos mais gratificantes no cinema. Quando assisti no ano passado, a plateia ajudou, aplaudindo como se estivesse em uma luta de verdade.
Emprestando muito da trama de "Rocky, Um Lutador" (o original), Creed é a história de um sujeito lutando contra todos --inclusive a si mesmo-- para abraçar quem ele realmente é. Michael B. Jordan dá um show, Sylvester Stallone reencontra o tom perfeito para voltar a seu personagem-assinatura, e a coisa toda se amarra em aplausos. Em pé. Pura perfeição!
"STEVE JOBS" (Direção: Danny Boyle)
Brilhante. É assim que se pode definir "Steve Jobs". A direção de Danny Boyle. O roteiro de Aaron Sorkin. Michael Fassbender. Kate Winslet. Não existe uma vírgula fora do lugar nesta biografia poderosa, que não condena nem santifica o homem por trás da Apple --e, por que não, por trás do impulso que nos fez melhores no século 21.
Em três atos, concentrados nos bastidores de três de seus grandes lançamentos (o Macintosh, o Next e o iMac), Boyle e Sorkin dissecam, sem julgamentos, o que movia Jobs. A pergunta que o filme levanta é: em que se torna um homem que deixa de lado sua vida para reinventar a roda, e não apenas uma vez?
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Steve Jobs (2015)13 fotos

3 / 13
Dirigido por Danny Boyle, "Steve Jobs" reconta a trajetório do fundador da Apple, a partir de seus relacionamentos e de três momentos importantes de sua trajetórioa: os bastidores do lançamento do computador Macintosh, em 1984, da empresa NeXT, doze anos depois, e do iPod, no ano de 2001. Desta vez o protagonista é vivido pelo ator Michael Fassbender. Kate Winslet, Seth Rogen e Katherine Waterston também estão no elenco. Estreia em janeiro de 2016 no Brasil Divulgação

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