sábado, 9 de janeiro de 2016

tebori chapolin el chapo tatuagem

Joaquín "El Chapo" Guzmán enfrentará processo de extradição aos EUA

Na Cidade do México
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  • Tomas Bravo/Reuters
Joaquín "El Chapo" Guzmán, o traficante mexicano recapturado na sexta-feira (8) em Sinaloa (nordeste), enfrentará um processo de extradição para os Estados Unidos, onde é acusado por narcotráfico em seis estados, informou neste sábado (9) a promotoria em comunicado.

"Com a recaptura de Guzmán Loera, deverão ter início os respectivos procedimentos de extradição", em uma data não definida e que inclui as apelações que possam ser feitas pela defesa de "El Chapo", em cerca de uma semana, afirmou a promotoria.

O prazo para que os advogados de Guzmán possam argumentar para evitar a extradição pode, inclusive, ser ampliado, mas a promotoria adiantou que "apresentará elementos para combater" qualquer estratégia da defesa.

No dia 11 de julho, Guzmán fugiu do presídio El Altiplano (a 90 km da capital) por um túnel de mais de 1,5 km com entrada no chão do chuveiro de sua cela. Seus advogados de defesa obtiveram um amparo jurídico para evitar sua transferência para uma prisão americana, diante de sua eventual recaptura, que depois foi revogado.

"El Chapo" foi recapturado na sexta-feira em uma estrada de Los Mochis, Sinaloa (noroeste), depois de tentar fugir pelo sistema de drenagem da cidade.

"EL CHAPO" QUERIA GRAVAR FILME SOBRE PRÓPRIA VIDA, DIZ PROCURADORA

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Conheça o túnel por onde narcotraficante mexicano escapou de prisão21 fotos

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13.jul.2015 - Foto divulgada pela Procuradoria Geral do México mostra o túnel de 1,5 km por onde o narcotraficante Joaquín "El Chapo" Guzmán, chefe de um dos principais cartéis de drogas do país, fugiu da prisão de segurança máxima de Altiplano, a 90 km da Cidade do México. O presidente Enrique Peña Nieto disse que a fuga do narcotraficante é uma "afronta ao Estado mexicano", enquanto a oposição criticou o governo e exigiu a imediata detenção de Guzmán. A passagem foi cavada embaixo do chuveiro da cela do traficante Leia mais EFE

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quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

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Os Oito Odiados": 8 motivos para amar ou odiar o novo filme de Tarantino
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Diego Assis
Natalia Engler
Do UOL, em São Paulo
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Os Oito Odiados (2016)13 fotos

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Cena de "Os Oito Odiados", do diretor Quentin Tarantino Divulgação
O oitavo filme de Quentin Tarantino como diretor, "Os Oito Odiados", chega ao Brasil nesta quinta-feira (7) (veja salas e horários) depois de ter dividido a crítica em sua estreia nos Estados Unidos. 
No longa, que se passa alguns anos depois da Guerra Civil americana, um grupo de desconhecidos é obrigado a passar a noite em uma estalagem isolada durante uma nevasca. Entre os presentes estão os caçadores de recompensa Marquis Warren (Samuel L. Jackson) e John Ruth (Kurt Russell). Este último está transportando uma foragida da justiça, Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), e logo desconfia que alguém no grupo está ali para libertá-la. A tensão logo sairá do controle para desembocar em uma situação bem tarantinesca.
Apesar da premissa interessante, nem todo mundo continua fã incondicional do diretor de "Cães de Aluguel" e "Pulp Fiction" depois de assistir ao filme, e o longa alcançou uma média em torno de apenas 70% de aprovação em sites como o Metacritic e o Rotten Tomatoes, que reúnem e quantificam as avaliações dos críticos de cinema dos principais jornais e veículos do mundo.
Na redação do UOL, não foi diferente: teve quem aplaudisse e quem torcesse o nariz para o longa. Na impossibilidade de chegar a um acordo, listamos quatro motivos para amar e quatro motivos para odiar "Os Oito Odiados". Sirva-se à vontade e deixe o seu veredito na área de comentários abaixo.

4 motivos para amar "Os Oito Odiados"

O elenco
Se tem uma coisa que Tarantino sabe fazer como ninguém é escalar o seu time - um mix de velhos conhecidos da casa com atores consagrados, mas ligeiramente esquecidos. Nesse quesito, "Os Oito Odiados" é uma festa: tem Samuel L. Jackson em seu melhor papel em um filme de Tarantino desde "Pulp Fiction", tem Tim Roth e Michael Madsen emprestando o charme vintage de "Cães de Aluguel", tem Kurt Russell com credenciais que são a cara do diretor (astro de ação meio decadente, ex-talento mirim da Disney, anti-herói de filmes de John Carpenter, sósia de Elvis Presley em "3000 Milhas para o Inferno"...). Mas nada disso adiantaria não fosse o talento único de Tarantino para dirigir seu elenco, especialmente nos longos e intrincados diálogos que já se tornaram sua marca registrada.
A trilha sonora
Assim como bons olhos para escolher atores, Tarantino tem também uma sensibilidade ímpar para trabalhar as trilhas em seus filmes, garimpando e costurando pérolas da soul music, do pop radiofônico e das próprias trilhas de outros filmes antigos, fazendo-as servir ao clima que deseja dar à cena. Neste "Oito Odiados" ele passa a batuta para o compositor Ennio Morricone, que talvez você possa não conhecer de nome, mas certamente vai reconhecer "de ouvido" se já assistiu a um clássico de faroeste na vida. É essa música instrumental, ora sutil e minimalista, ora mais dinâmica e épica, que acompanha o público do começo ao fim do filme, ajudando a criar a atmosfera de suspense e ameaça à espreita que o roteiro - em que ninguém é exatamente o que parece ser - exige.
O passado --e o futuro-- do cinema
Não se engane pelo cenário e os personagens: há muito mais que uma homenagem aos filmes de faroeste de Sergio Leone e John Ford em "Os Oito Odiados". Como tudo no "metacinema" de Tarantino, há também citações a outros clássicos do cinema e da literatura, às histórias de mistério de Agatha Christie e do detetive Sherlock Holmes e a diretores como Alfred Hitchcock e Robert Altman. Sua paixão e dedicação pela história do cinema é tamanha que ele mandou praticamente "ressuscitar" um formato esquecido de negativo de cinema, o Ultra Panavision 70, para gravar e projetar o novo longa do jeito que imaginou. Se as salas de cinema não fecham as portas de uma vez por todas e se rendem a formatos bem mais cômodos - como as projeções digitais e serviços de "cinema em casa" como o Netflix -, é a caras como ele e Martin Scorsese que você deve agradecer.
Porque parece "Cães de Aluguel"
De uns tempos para cá, parece que releitura virou pecado. Primeiro, os fãs xiitas de "Star Wars" reclamando que o novo "O Despertar da Força" é cópia do original, "Uma Nova Esperança". Agora, bastaram as primeiras sessões de "Os Oito Odiados" para parte da crítica e do público desdenhar do filme como mais do mesmo: "Ele já fez isso em 'Cães de Aluguel'..." Bem, "Cães de Aluguel", de 1992, foi o primeiro longa de Tarantino e apontado pelo próprio como um de seus melhores trabalhos. Então por que, 24 anos depois, mais experiente e maduro, ele não pode revisitar algo que deu certo, mudar alguns ingredientes e servir numa nova embalagem? Sim, o filme usa o mesmo recurso de confinar personagens em uma sala enquanto um mistério vai sendo aos poucos revelado/desvendado, mas até aí podemos dizer o mesmo de "Festim Diabólico" (1948), de "12 Homens e uma Sentença" (1957), de "O Anjo Exterminador" (1962), de "Assassinato em Gosford Park" (2001) e até de "Jogos Mortais" (2004), ora bolas!

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4 motivos para odiar "Os Oito Odiados"

Porque parece "Cães de Aluguel" --só que pior
Você já sabe que "Os Oito Odiados" foi comparado a "Cães de Aluguel", um dos melhores filmes de Tarantino. Mas isso não é necessariamente bom. De fato, os melhores momentos do novo longa emergem da repetição da fórmula do primeiro filme do diretor: alguém não é exatamente quem diz ser e os personagens tentam não perder a cabeça enquanto especulam quem é o traidor, antes que tudo acabe em um inevitável banho de sangue. A repetição já dá indicações sobre como as coisas vão se desenrolar, tirando um pouco da graça, mas isso não seria um problema se a execução nos reservasse pequenas revelações e bons momentos. Só que as soluções dadas aqui pelo diretor não têm metade da elegância do filme de 1992.
O didatismo excessivo
Até chegar ao ápice, "Os Oito Odiados" é bem quadrado em seu formato, dividido em capítulos, e com diálogos didáticos, que apresentam ao espectador quase toda a história pregressa dos personagens principais, ou ao menos versões delas. Até aí, até que não incomoda tanto. Mas, quando o mistério está prestes a ser revelado, a ação é interrompida por uma explicação minuciosa de tudo que havia sido ocultado até o momento, em forma de flashback, com direito a narração do próprio Tarantino, para assegurar que o público não perca nada de importante. OK, sabemos que é uma referência a filmes de mistério no estilo Agatha Christie, mas faz pouco sentido revelar tudo antes mesmo do nosso Poirot ter descoberto a verdade. 
A misoginia
Quando o filme começa, ficamos com a impressão de que Daisy (Jennifer Jason Leigh) será um dos pontos centrais da trama, já que ela é o motivo que leva quase todos os personagens à estalagem isolada onde se encontram. Mas, conforme a história avança, ela nunca assume uma posição ativa. É sempre objeto, principalmente da violência e desprezo dos outros personagens, prontos a arrastá-la para lá e para cá com uma corrente e espancá-la gratuitamente, transformando-a em um caricatural saco de pancadas --olho roxo, dentes quebrados, rosto coberto de sangue... Não ficamos sabendo nem mesmo quais os crimes terríveis cometidos por ela, que justificam o alto preço oferecido por sua cabeça, e até seu final será menos digno do que o dos outros personagens, embora logo fique claro que ninguém vai se dar bem ali.
A violência pela violência
Quando "Os Oito Odiados" termina, tem-se a impressão de que Tarantino tentou entregar um comentário sobre a bizarra colcha de retalhos que forma a sociedade norte-americana atual, as consequências da escravidão, o racismo e as ressonâncias que a Guerra Civil tem até hoje. Mas a crítica nunca toma uma forma coesa e todo seu potencial escapa pelos dedos do diretor quando o filme finalmente se torna o banho de sangue prometido desde o começo. No final, dissolvem-se as referências aos faroestes e filmes de mistério e tudo se resolve como em um terror B: com carnificina e sadismo, em um nível excessivo até para um filme de Tarantino. A premissa que sobra é: se você colocar um bando de pessoas perversas em um mesmo espaço, elas vão acabar se matando. O único mistério é como - e esse como não justifica as quase três horas de sangue e alguns diálogos espertos. Sobra um niilismo cansativo e autorreferente.

VEJA ENTREVISTA COM QUENTIN TARANTINO

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